Este ainda é um axioma que
desperta polêmicas entre muitas pessoas consideradas espiritualistas, porém é
mais acirrada nas instituições espíritas.
A reclamação é quase geral
quando se fala da cobrança de alguns centros espíritas, principalmente dentro
do movimento espiritualista brasileiro. Pensam que cobrar é sinal de má
qualidade e picaretagem das pessoas que administram esses locais. Entretanto,
não cobrar pelos atendimentos ou pelos cursos que ministram não garante que o
local seja de qualidade. Conheço muitos centros e institutos que não cobram
pelos atendimentos, e as sessões são péssimas, os médiuns/terapeutas são
pessoas despreparadas e, muitas vezes, os assistidos saem de lá da mesma forma
que entraram, às vezes até piores.
Cobrar pelos atendimentos,
mesmo que seja apenas para manter os custos do espaço, não significa que o
local preste um trabalho de péssima qualidade. Pelo contrário, justamente por
isso, se especializam mais e podem consequentemente fazer um trabalho de melhor
qualidade, pois além das questões energético-espirituais, há a questão
psicológica do assistido que deve ser levada em conta.
O que você faria se:
Encontrar uma determinada
soma em dinheiro na rua deve distribuí-lo ou doá-lo a uma instituição de
caridade? Deve fazer o mesmo se ganhar um presente?
Quanto custa um curso de
conscientização sobre qualquer tema, inclusive o espiritual? Quanto custa um
livro sobre o tema? Quanto custa viajar até outra cidade ou até mesmo outro
país, para se especializar em um determinado tema?
Enfim, o fato de uma
instituição espírita cobrar, não significa que o pessoal é picareta e, por
isso, o trabalho não é bom. Conheço muitas instituições que cobram e o trabalho
é excelente porque a manutenção do local é paga pelos seus frequentadores, e os
trabalhadores (que já desenvolvem várias funções, além da função de médiuns)
não precisando arcar com esse fardo, lhes dá a oportunidade de investir mais em
estudos e especialização, melhorando cada vez mais seu trabalho.
Imagina um lugar que gasta
4.000,00 por mês e tem 20 trabalhadores. Cada trabalhador arcaria com 200,00,
além de exercer suas funções como médium, serviços burocráticos, etc. Por outro
lado, se o centro recebe cerca de 2.000 pessoas por mês, poderia muito bem pedir
uma contribuição de 2,00 reais para cada um. Hoje em dia, qualquer pessoa pode
arcar com essa despesa mensal ou até 5,00 sem, contudo, arrochar suas
finanças.
Sem dúvida, é melhor “pagar”
esse valor para uma instituição espiritualista do que numa cerveja, num maço de
cigarros, num sanduíche cheio de gorduras, numa coca light ou qualquer outra
besteirinha tóxica que nos faz mal. Algumas pessoas acham inapropriado investir
no local onde recebe atendimento, no entanto, investem muito mais em outras
coisas (a maioria supérfluas), pois é uma questão de prioridade e sintonia.
Nesse caso é bom perguntar: “Quanto vale a sua saúde e seu bem estar
emocional?”.
Lembro-me de uma pessoa que
me procurou toda desesperada, dizendo que não tinha um só tostão para fazer os
tratamentos energético-espirituais de que necessitava. Sem questionar,
autorizei os tratamentos gratuitamente, porém ela não apareceu em duas vezes
que agendou os tratamentos. Na terceira vez, ela apareceu no instituto,
estacionando um BMW novinho e carregando no seu braço esquerdo, uma bolsa Louis
Vuitton.
Isso chamou a atenção de todos,
porém não nos cabe julgar. Mas vale ressaltar que ela passou pelo tratamento
naquele dia e nunca mais voltou. Ou seja, ela não deu valor ao tratamento que
estava recebendo. Claro! Se você que está oferecendo o tratamento não valoriza
seu trabalho, quem irá valorizar? Passados alguns meses, ela retornou para
remarcar a continuidade do tratamento afirmando que havia se sentido muito bem
e faltou porque havia feito uma viagem para o exterior. Desta vez, solicitei
que ela procurasse a recepção e fizesse o pagamento correspondente. Pensa que
ela desistiu? Não! Ela pagou cada centavo e não faltou mais em nenhum tratamento.
Valorizou cada centavo que pagou.
Quando comecei a dar cursos
sobre energia e formas de proteção espiritual, permitia lugares grátis para
aqueles que realmente não podiam pagar. E foi assim que comecei a experimentar
diretamente a razão do entendimento Sufi, de que nunca se deve dar o conhecimento espiritual (“jogar pérolas aos
porcos”). Eu realmente não entendia porquê os Sufis acreditavam nessa ideia,
mas a resposta estava diante dos meus olhos.
Aqueles que frequentavam
gratuitamente meus cursos eram os que nunca compreenderam o que eu estava
ensinando. Descobri, também, que se outra pessoa pagasse o curso para alguém
(filho, esposa, parente, amigo, etc), havia o mesmo problema. Os participantes
gratuitos quase sempre eram os que chegavam atrasados e iam embora no meio da
aula. Frequentemente eram os que adormeciam ou falavam durante as explicações.
E o mais importante, eram os que não praticavam os exercícios depois de
terminado o curso. Com isso, percebi que as razões dos Sufis para não doar
nunca o conhecimento espiritual eram evidentemente aparentes.
Com isso, devemos reconhecer
que um local de tratamento, seja espiritual ou não, nada do que há ali é
gratuito. Tudo teve um preço. Se estiver fazendo calor, as pessoas dirão:
“Nossa! Nem para comprarem um ventilador e colocar aqui pra gente se refrescar!”;
se faltar papel higiênico, sabão para lavar as mãos (e exigem que seja de
lavanda), água para beber ou o simples copo plástico descartável, nem imagino o
que irão falar. Por essa razão, cabe aos frequentadores ajudarem a manter o
espaço sim.
Por isso, essa questão de
fazer tudo de graça é muito relativa. O trabalho espiritual, não tem preço, mas
o tempo do médium ou do terapeuta e sua disponibilidade, sim.
Mas nada disso é
justificável. A maioria das pessoas ainda repudia essa ideia de que não se pode
cobrar por um trabalho espiritual. No meu ponto de vista isso é hipocrisia que
só prejudica os centros e institutos espirituais que poderiam crescer e
oferecer cada vez mais serviços de qualidade, dando aos médiuns a possibilidade
de reciclarem através de cursos e pesquisas.
Quando digo isso, não estou
levantando nenhuma bandeira a favor de alguns picaretas e aproveitadores. Só
não vejo motivo em negar que possa sim determinar uma contribuição justa e
dentro das capacidades financeiras da pessoa. Repito: o trabalho espiritual não
tem preço, mas o tempo do médium ou terapeuta e sua disponibilidade, sim.
Portanto, quando a pessoa paga por uma sessão, está pagando pela
disponibilidade de alguém que está ali prestando um serviço. E a pessoa que
paga, está recebendo em dobro, ou seja, um bom atendimento mais o trabalho das
equipes extrafísicas. Não há caridade nessa relação, mas sim, troca, pois o
trabalho energético-espiritual precisa de um canal encarnado para se
manifestar. Esse canal pode ser qualquer pessoa que se dispuser a isso. TODOS
podem, inclusive, praticar a AUTOCURA, MAS NEM TODOS SE DEDICAM A ISSO. Um
médium/terapeuta sim. É seu trabalho e quem trabalha é pago com dinheiro, pois
o mundo funciona assim. Além disso, qualquer trabalho energético-espiritual
requer do médium/terapeuta uma cota de energia que é trocada com o assistido
pelo pagamento do seu trabalho. Há um equilíbrio nessa troca, quando isso
acontece.
Se o terapeuta não recebe
por seu trabalho, o assistido fica “devendo” por essa doação energética e isso
não é apropriado para o crescimento de ambos. De um lado, é como se o assistido
ficasse em desnível e incapacitado para seguir em frente no seu caminho, pois
ainda não aprendeu nem se conscientizou a respeito da prosperidade, do êxito
financeiro. De outro lado, é como se o médium/terapeuta julgasse que o
assistido é um coitadinho sofrendo, e esquece que tudo isso faz parte do
crescimento dele. Portanto, ele está nessa posição porque se colocou lá. Cabe
ao médium/terapeuta também se colocar na sua própria posição, pois a ele cabe
igualmente aprender sobre prosperidade e êxito financeiro.
O êxito financeiro é
importante, e não pagar por um ensinamento espiritual, não funciona. Deve
existir nem que seja uma troca justa, mas de 100 pessoas que você pede para
fazer serviços voluntários, apenas uma aceita. Então não funciona nem para quem
ensina, nem para quem quer aprender. O que você crê pessoalmente sobre o
dinheiro é que irá afetar o resultado. Se acreditar que não deva pagar por um
trabalho, tenha ele a natureza que for, sua crença sobre o dinheiro determinará
finalmente se você tem ou não êxito econômico. E ter sucesso econômico é
importante, porque enquanto não o tiver (pasme!) estará limitado em sua
habilidade para compartilhar com os outros, os ensinamentos espirituais que
Deus o autorizou.
Só para finalizar, ninguém
tem dom de nada! Nascemos médiuns e somos espíritos experimentando um corpo
físico. Então vamos parar com essa coisa de que “eu recebi esse dom de Deus e,
por isso, tenho essa ‘sina’”, como se fosse um fardo pesado que terá de carregar
pelo resto da vida. A espiritualidade é leve e, também, é um dos caminhos para
a prosperidade, pois transforma a pessoa em um ser humano mais digno e
consciente.
Getúlio Gomes.
Gostei dessa.Muito boa mesmo, ate eu me redimiro, pensava como todos os comuns, mas voce tem razão, se cobra pelo dispendio de tempo, não pelo privilegio do dom pessoal.
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