quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

DAI DE GRAÇA O QUE RECEBESTE DE GRAÇA



Este ainda é um axioma que desperta polêmicas entre muitas pessoas consideradas espiritualistas, porém é mais acirrada nas instituições espíritas.

A reclamação é quase geral quando se fala da cobrança de alguns centros espíritas, principalmente dentro do movimento espiritualista brasileiro. Pensam que cobrar é sinal de má qualidade e picaretagem das pessoas que administram esses locais. Entretanto, não cobrar pelos atendimentos ou pelos cursos que ministram não garante que o local seja de qualidade. Conheço muitos centros e institutos que não cobram pelos atendimentos, e as sessões são péssimas, os médiuns/terapeutas são pessoas despreparadas e, muitas vezes, os assistidos saem de lá da mesma forma que entraram, às vezes até piores.

Cobrar pelos atendimentos, mesmo que seja apenas para manter os custos do espaço, não significa que o local preste um trabalho de péssima qualidade. Pelo contrário, justamente por isso, se especializam mais e podem consequentemente fazer um trabalho de melhor qualidade, pois além das questões energético-espirituais, há a questão psicológica do assistido que deve ser levada em conta.

O que você faria se:

Encontrar uma determinada soma em dinheiro na rua deve distribuí-lo ou doá-lo a uma instituição de caridade? Deve fazer o mesmo se ganhar um presente?

Quanto custa um curso de conscientização sobre qualquer tema, inclusive o espiritual? Quanto custa um livro sobre o tema? Quanto custa viajar até outra cidade ou até mesmo outro país, para se especializar em um determinado tema?

Enfim, o fato de uma instituição espírita cobrar, não significa que o pessoal é picareta e, por isso, o trabalho não é bom. Conheço muitas instituições que cobram e o trabalho é excelente porque a manutenção do local é paga pelos seus frequentadores, e os trabalhadores (que já desenvolvem várias funções, além da função de médiuns) não precisando arcar com esse fardo, lhes dá a oportunidade de investir mais em estudos e especialização, melhorando cada vez mais seu trabalho.

Imagina um lugar que gasta 4.000,00 por mês e tem 20 trabalhadores. Cada trabalhador arcaria com 200,00, além de exercer suas funções como médium, serviços burocráticos, etc. Por outro lado, se o centro recebe cerca de 2.000 pessoas por mês, poderia muito bem pedir uma contribuição de 2,00 reais para cada um. Hoje em dia, qualquer pessoa pode arcar com essa despesa mensal ou até 5,00 sem, contudo, arrochar suas finanças. 

Sem dúvida, é melhor “pagar” esse valor para uma instituição espiritualista do que numa cerveja, num maço de cigarros, num sanduíche cheio de gorduras, numa coca light ou qualquer outra besteirinha tóxica que nos faz mal. Algumas pessoas acham inapropriado investir no local onde recebe atendimento, no entanto, investem muito mais em outras coisas (a maioria supérfluas), pois é uma questão de prioridade e sintonia. Nesse caso é bom perguntar: “Quanto vale a sua saúde e seu bem estar emocional?”.

Lembro-me de uma pessoa que me procurou toda desesperada, dizendo que não tinha um só tostão para fazer os tratamentos energético-espirituais de que necessitava. Sem questionar, autorizei os tratamentos gratuitamente, porém ela não apareceu em duas vezes que agendou os tratamentos. Na terceira vez, ela apareceu no instituto, estacionando um BMW novinho e carregando no seu braço esquerdo, uma bolsa Louis Vuitton.

Isso chamou a atenção de todos, porém não nos cabe julgar. Mas vale ressaltar que ela passou pelo tratamento naquele dia e nunca mais voltou. Ou seja, ela não deu valor ao tratamento que estava recebendo. Claro! Se você que está oferecendo o tratamento não valoriza seu trabalho, quem irá valorizar? Passados alguns meses, ela retornou para remarcar a continuidade do tratamento afirmando que havia se sentido muito bem e faltou porque havia feito uma viagem para o exterior. Desta vez, solicitei que ela procurasse a recepção e fizesse o pagamento correspondente. Pensa que ela desistiu? Não! Ela pagou cada centavo e não faltou mais em nenhum tratamento. Valorizou cada centavo que pagou.
Quando comecei a dar cursos sobre energia e formas de proteção espiritual, permitia lugares grátis para aqueles que realmente não podiam pagar. E foi assim que comecei a experimentar diretamente a razão do entendimento Sufi, de que nunca se deve dar o conhecimento espiritual (“jogar pérolas aos porcos”). Eu realmente não entendia porquê os Sufis acreditavam nessa ideia, mas a resposta estava diante dos meus olhos.

Aqueles que frequentavam gratuitamente meus cursos eram os que nunca compreenderam o que eu estava ensinando. Descobri, também, que se outra pessoa pagasse o curso para alguém (filho, esposa, parente, amigo, etc), havia o mesmo problema. Os participantes gratuitos quase sempre eram os que chegavam atrasados e iam embora no meio da aula. Frequentemente eram os que adormeciam ou falavam durante as explicações. E o mais importante, eram os que não praticavam os exercícios depois de terminado o curso. Com isso, percebi que as razões dos Sufis para não doar nunca o conhecimento espiritual eram evidentemente aparentes.

Com isso, devemos reconhecer que um local de tratamento, seja espiritual ou não, nada do que há ali é gratuito. Tudo teve um preço. Se estiver fazendo calor, as pessoas dirão: “Nossa! Nem para comprarem um ventilador e colocar aqui pra gente se refrescar!”; se faltar papel higiênico, sabão para lavar as mãos (e exigem que seja de lavanda), água para beber ou o simples copo plástico descartável, nem imagino o que irão falar. Por essa razão, cabe aos frequentadores ajudarem a manter o espaço sim.

Por isso, essa questão de fazer tudo de graça é muito relativa. O trabalho espiritual, não tem preço, mas o tempo do médium ou do terapeuta e sua disponibilidade, sim.

Mas nada disso é justificável. A maioria das pessoas ainda repudia essa ideia de que não se pode cobrar por um trabalho espiritual. No meu ponto de vista isso é hipocrisia que só prejudica os centros e institutos espirituais que poderiam crescer e oferecer cada vez mais serviços de qualidade, dando aos médiuns a possibilidade de reciclarem através de cursos e pesquisas.

Quando digo isso, não estou levantando nenhuma bandeira a favor de alguns picaretas e aproveitadores. Só não vejo motivo em negar que possa sim determinar uma contribuição justa e dentro das capacidades financeiras da pessoa. Repito: o trabalho espiritual não tem preço, mas o tempo do médium ou terapeuta e sua disponibilidade, sim. Portanto, quando a pessoa paga por uma sessão, está pagando pela disponibilidade de alguém que está ali prestando um serviço. E a pessoa que paga, está recebendo em dobro, ou seja, um bom atendimento mais o trabalho das equipes extrafísicas. Não há caridade nessa relação, mas sim, troca, pois o trabalho energético-espiritual precisa de um canal encarnado para se manifestar. Esse canal pode ser qualquer pessoa que se dispuser a isso. TODOS podem, inclusive, praticar a AUTOCURA, MAS NEM TODOS SE DEDICAM A ISSO. Um médium/terapeuta sim. É seu trabalho e quem trabalha é pago com dinheiro, pois o mundo funciona assim. Além disso, qualquer trabalho energético-espiritual requer do médium/terapeuta uma cota de energia que é trocada com o assistido pelo pagamento do seu trabalho. Há um equilíbrio nessa troca, quando isso acontece.

Se o terapeuta não recebe por seu trabalho, o assistido fica “devendo” por essa doação energética e isso não é apropriado para o crescimento de ambos. De um lado, é como se o assistido ficasse em desnível e incapacitado para seguir em frente no seu caminho, pois ainda não aprendeu nem se conscientizou a respeito da prosperidade, do êxito financeiro. De outro lado, é como se o médium/terapeuta julgasse que o assistido é um coitadinho sofrendo, e esquece que tudo isso faz parte do crescimento dele. Portanto, ele está nessa posição porque se colocou lá. Cabe ao médium/terapeuta também se colocar na sua própria posição, pois a ele cabe igualmente aprender sobre prosperidade e êxito financeiro.

O êxito financeiro é importante, e não pagar por um ensinamento espiritual, não funciona. Deve existir nem que seja uma troca justa, mas de 100 pessoas que você pede para fazer serviços voluntários, apenas uma aceita. Então não funciona nem para quem ensina, nem para quem quer aprender. O que você crê pessoalmente sobre o dinheiro é que irá afetar o resultado. Se acreditar que não deva pagar por um trabalho, tenha ele a natureza que for, sua crença sobre o dinheiro determinará finalmente se você tem ou não êxito econômico. E ter sucesso econômico é importante, porque enquanto não o tiver (pasme!) estará limitado em sua habilidade para compartilhar com os outros, os ensinamentos espirituais que Deus o autorizou.

Só para finalizar, ninguém tem dom de nada! Nascemos médiuns e somos espíritos experimentando um corpo físico. Então vamos parar com essa coisa de que “eu recebi esse dom de Deus e, por isso, tenho essa ‘sina’”, como se fosse um fardo pesado que terá de carregar pelo resto da vida. A espiritualidade é leve e, também, é um dos caminhos para a prosperidade, pois transforma a pessoa em um ser humano mais digno e consciente.

Getúlio Gomes.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

LIVRE ARBÍTRIO x LIVRE ESCOLHA

Gostaria de posicionar o meu ponto de vista a respeito da palavra 'livre arbítrio', cuja expressão, comumente, denota a vontade da livre escolha, das decisões livres, ou seja, o juízo livre. É, portanto, nesse sentido, a capacidade de escolha pela vontade do ser humano entre a dualidade conscientemente conhecida: bem e o mal, o certo e o errado.

Observando dessa maneira, nos baseamos em análises inerentes ao meio em que vivemos (ou não) e que pode resultar em ações que nos beneficiam diretamente (ou não), as quais são subordinadas à nossa vontade consciente.

Considerando que somos espíritos livres experienciando um corpo físico, serve a encarnação apenas para o esquecimento. Portanto, nessa primeira consideração, o livre arbítrio só existe antes da encarnação, onde escolhemos ser o que queremos ser e fazer durante a atual encarnação.

Por outro lado, as nossas escolhas são processos mentais, pensamentos que envolvem o julgamento de méritos, opiniões e a seleção e escolha de uma delas. A pessoa pode decidir levantar pela manhã após ouvir o despertador ou voltar a dormir; escolher um determinado trajeto para ir ao trabalho ou à escola. Pensamentos mais elaborados podem decidir por escolhas quanto ao estilo de vida que deseja ter, religião, política, etc.

Uma vez que a pessoa considera excelente a alternativa que julga ser uma boa escolha, porém em circunstâncias limitadas, tal decisão pode leva-la à decepção e desconforto com um possível resultado indesejado. Em sequência, essas decisões podem gerar confusão, remorso e arrependimento pelas opções não escolhidas, culminando na culpa. Por exemplo: a pessoa estuda para uma prova, mas não o suficiente. Ela escolhe a alternativa que julga certa, mas depois, ao conferir o gabarito, percebe que assinalou a alternativa errada e fica inicialmente com raiva, terminando em culpa por não ter estudado mais.

Então observe.

A culpa então podemos dizer que é o seu livre arbítrio exercido, pois se a conotação é de ‘livre vontade’ e a pessoa exerceu a sua livre vontade, por que então sentir-se culpada?

Em resumo, livre arbítrio, no meu ponto de vista, só existe antes da reencarnação, quando o ser – em sua roupa espiritual (corpo astral) passa por um período chamado “período pré-reencarnatório, onde tem o livre arbítrio (liberdade consciencial) para determinar as escolhas que fará após encarnado. Uma vez vestindo um novo corpo físico, esquece completamente das cláusulas do “contrato” que assinou antes de reencarnar, determinando nascer em uma certa família, aprender certos ensinamento, estudar determinada matéria, etc. Talvez seja por esse motivo que deparamos muitas vezes com jovens dizendo: “Não pedi para nascer”. Claro que pediu.

É por isso que a pessoa se decepciona com muitas escolhas que faz durante a vida, pois são escolhas não determinadas pelo seu livre arbítrio. Quando faz a escolha certa, tudo dá certo; quando faz a escolha errada que não estava nos “termos contratuais”, tudo dá errado ou é conquistado com extrema dificuldade. E mesmo assim não há um sentimento de conquista plena. Talvez daí ter surgido a expressão: “Ou aprende pelo amor ou pela dor”.

Gente! E a culpa?

A culpa, é o poder pessoal exercido e ficou lá no passado. Se foi uma escolha que lhe pareceu boa naquele momento, pare de ficar atualizando o passado e entre em contato com a sua essência espiritual para se afinizar melhor com as suas escolhas.

Mas nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Se alguém disser que usou o livre arbítrio para assinar a opção "a", vamos considerar; se disser que usou o seu poder pessoal para escolher a mesma opção, também está certo. Afinal, é uma prova de "múltiplas escolhas" e não de "livre arbítrio", não é mesmo?. rs. Afinal, não dizem que uma reencarnação compreende a um "ano letivo" de provas, expiações e aprendizado? Então?

Eu escolho terminar esse texto agora.

Abraço a todos.

Getúlio Gomes